No
começo do ano de 1500, o rei D. Manuel organizou a maior e a mais bem
aparelhada esquadra, com destino às Índias, sob o comando de Pedro Álvares
Cabral, um fidalgo português de 32 anos, sem grande experiência marítima.
Oficialmente
o objetivo da viagem de Cabral era consolidar o comércio português na Ásia,
fundando uma feitoria em Calecute. Mas, tinha também a missão de tomar posse de
terras ocidentais que haviam sido garantidas a Portugal pelo Tratado de
Tordesilhas.
A esquadra de Cabral partiu de Lisboa em 9 de
março de 1500, com dez naus e 3 caravelas, uma tripulação de aproximadamente
1500 homens, entre eles, experientes navegadores, como Bartolomeu Dias
(descobridor do cabo da Boa Esperança) e Gaspar de Lemos, geógrafos,
cartógrafos, padres, soldados, intérpretes e comerciantes. Logo após a partida
do Tejo, a frota perdeu uma nau de mantimentos, comandada por Vasco de Ataíde.
No
norte da África, a esquadra de Cabral desviou-se para o Ocidente, afastando-se
da costa africana e da rota conhecida para as Índias.
Após
43 dias de viagem, em 21 de abril, no final da tarde avistaram algas marinhas e
aves aquáticas, sinal da existência de terra próxima.
No
dia 22, os marinheiros avistaram um monte alto e arredondado, que recebeu o
nome de Monte Pascoal, por estarem na semana da Páscoa, e a terra foi batizada
com o nome de Ilha de Vera Cruz, pois inicialmente acreditavam tratar-se de uma
ilha.Ancoraram os navios num abrigo seguro que foi chamado de Porto Seguro
(hoje baía Cabrália, no atual estado da Bahia) e ali permaneceram por dez dias.
Posteriormente, alteraram o nome para Terra de Santa Cruz e a partir de 1503,
aproximadamente, deu-se a terra o nome de Brasil, devido à grande quantidade de
uma árvore chamada pau-brasil, existente em nosso litoral.
A
carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão da esquadra, ao rei de Portugal,
revela com detalhes os primeiros dez dias dos portugueses em terras brasileiras,
descreve a beleza do lugar e suas impressões acerca dos nativos.
O
desembarque foi em 23 de abril, uma quinta-feira. De manhã, Nicolau Coelho,
navegador de muita experiência, foi com um bote até a praia, onde fez o
primeiro contato com 18 nativos da tribo dos tupiniquins. No dia seguinte, a
esquadra levantou âncora à procura de um porto melhor, que foi encontrado 70 km
mais ao norte.
Logo
de início, os índios receberam cordialmente os europeus em geral.
Entretanto, a cobiça dos brancos por
ouro, prata e artigos exóticos logo mudaria essa relação pacífica, promovendo
um violento etnocídio das populações nativas. Além da destruição física
propriamente dita, os nativos americanos tiveram sua cultura, seus usos e seus
costumes destruídos pelos europeus, que, em nome da "civilização" e
da "religião", lhes impuseram novos idiomas e uma nova fé.